permanentemente preso ao presente
o homem na redoma de vidro
são raros instantes de alívio e deleite
ele descobre o véu que esconde o desconhecido
como uma tomada à distância
uma grande angular
é como se nunca tivesse existido dúvida
existido dúvida
evidentemente a mente é como um baú
e o homem decide o que nele guardar
mas a razão prevalece, impõe seus limites
e ele se permite esquecer de se lembrar
é como se passasse a vida inteira
eternizando a miragem
é como o capuz negro
que cega o falcão selvagem
Se na cabeça do homem tem um porão
onde moram o instinto e a repressão
diz aí: o que tem no sótão?
Vai fazer um ano que dei um tapa na cabeça dele.
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